segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Lenda de Kamui - Paranóia Ninja



Depois de sofrer um naufrágio, Kamui, um ninja desertor,  encontra Sugaru,  que está sendo atacada por assassinos. Para sua surpresa,  Sugaru mostra as habilidades de uma Kunoichi ( mulher ninja) e consegue matar seus perseguidores, não antes de perceber Kamui escondido observando a luta, e confundindo-o com mais um de seus atacantes, tenta se livrar dele também.
Kamui tenta em vão dizer a ela que também é um ninja fugitivo, mas Sugaru acostumada a desconfiard e tudo e todos, some sem deixar rastros.
Em um outro momento, kamui presencia um roubo inusitado, um homem sai das sombras  e corta a perna de um cavalo premiado de um senhor feudal, e muitas reviravoltas depois, Kamui descobre que esse homem é marido de Sugaru, e que roubou a perna do tal cavalo para fazer.. Uma isca de pesca.
Esse é o ponto principal do manga. Isso que em um primeiro momento me prendeu a atenção.
Hanbei, o ladrão, explica a Kamui que o pescador é tão bom quanto a sua isca. O que a princípio parece uma superstição, é explicado com tanta riqueza de detalhes, que eu particularmente acabei acreditando na história do pescador.

A Lenda de Kamui foi publicada aqui no Brasil em 1992, uma época onde haviam poucos mangás na bancas, entre eles , o famoso Lobo Solitário, com quem  Kamui guarda algumas semelhanças, talvez o segundo só tenha sido publicado por aqui por conta da popularidade do primeiro.
Kamui é um manga seinen ( direcioando ao público adulto) com grande riqueza de detalhes e referências históricas. Em Kamui, diversos quadros mostram detalhadamente as arams e ferramentas, chegando ao ponto de explicar copm detalhes as técnicas de pescaria e forja,  o que faz com que pareça que se está lendo uma reconstituição de um fato que realmente ocorreu.
Essa imersão toda que Sanpei Shirato proporciona faz com que a cada golpe de espada, cada corte de kunai, e a desconfiança e o medo de serd escoberto dos protaganistas atinja o leitor como algo real.
O retrato que o mangá faz sobre o período feudal japonês se confunde com a percepção que os dois ninjas figitivos tem sobre a vida. Momentos de beleza mas com o mal e atragédia sempre à espreita. seja na forma de tubarões ou algas venenosas, bandidos que assolam estradas,  ou os caprichos de ums enhor feudal.
A obra de Sanpei Shirato, esse ilustre desconhecido, chegou a ser analisada em universidades japonesas, onde foi discutida a relação dos seus personagens coma  sociedade, seja ela uma próspera cidade em torno de um castelo, uma isolada aldeia de pescadores, ou um clã ninja com seus rígidos códigos de conduta.